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An Overview Of Our Solution
O projeto Por La Vida Silvestre visa promover uma apreciação mais profunda da vida selvagem como um componente crucial da natureza e transformar as práticas culturais que promovem a exploração da vida selvagem. O projeto realizou 8 oficinas em 7 regiões da Colômbia e capacitou mais de 400 professores de escolas rurais. Também forneceu 2 manuais, adaptados dos manuais internacionais do WWF, que destacaram mais de 30 espécies de vida selvagem e sua importância ecológica e cultural. Esses recursos permitiram que os professores criassem atividades educativas baseadas na natureza usando espécies de seus ecossistemas locais ou de outras regiões da Colômbia e da América Latina. O projeto também lançou uma campanha que gerou mais de 200 propostas de escolas, professores e alunos, apresentando abordagens inovadoras para a apropriação da vida selvagem e prevenção do tráfico ilegal de animais silvestres.
- Population Impacted: 850
- Continent: América do Sul
Primeiro nome
Sobrenome
Tipo de organização
Análise de contexto
A Colômbia ocupa o segundo lugar em biodiversidade e está entre as 12 nações mais megadiversas do planeta. Como país tropical, a Colômbia possui uma grande variedade de espécies que fazem de sua riqueza natural um patrimônio. Segundo o WWF, o tráfico de animais é um dos negócios ilegais mais lucrativos do mundo e uma importante causa de perda de biodiversidade. Na Colômbia existem várias espécies afetadas por este problema. Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Colômbia possui cerca de 31.780 espécies de animais. Ainda segundo esta entidade, são soltos em média 2 animais silvestres por hora no país. Isso significa que cerca de 17.000 desses animais são soltos anualmente na Colômbia.
A posse, uso e comercialização de animais e partes de animais silvestres são mantidos principalmente pela tradição cultural do país. A cultura do tráfico ilegal de animais está normalizada, tem consequências mínimas para quem o pratica e tem um mercado cada vez mais exigente. Além disso, a corrupção e a normalização da posse ou superexploração de animais silvestres são elementos comuns nas redes utilizadas para manter o negócio e envolver mais pessoas na cadeia. Embora os dados das autoridades ambientais regionais sobre tráfico e causas culturais não sejam sistematizados, o problema é evidente nessas regiões devido às suas altas apreensões.
Diante disso, é urgente mudar comportamentos e transformar padrões normalizados nos territórios rurais onde essa cadeia se inicia. Os professores, como líderes de suas comunidades, são os que levam informações em primeira mão às crianças e famílias para trabalhar em prol das causas ambientais. Os professores rurais geralmente precisam de mais informações ou novas metodologias que lhes permitam gerar um processo de mudança em seus ambientes. O projeto os direcionou para fortalecer suas capacidades como agentes ativos na transformação cultural relacionada ao tráfico ilegal.
Descreva a solução técnica que você queria que o público-alvo adotasse
A solução do projeto focou na Educação Baseada na Natureza. O projeto desenvolveu manuais educativos para promover a apropriação da biodiversidade e da vida selvagem entre as comunidades acadêmicas. Esses manuais destacam os aspectos culturais e tradicionais do problema. Eles também anunciam a busca por transições e mudanças comportamentais como parte de sua solução. Para este objetivo, os manuais apresentam ferramentas e atividades que mostram a fauna não como um recurso econômico, mas como um elemento fundamental dos ecossistemas locais dos territórios.
Os manuais foram socializados durante as oficinas para promover a transformação das narrativas e a criação de mensagens de ação para evitar o tráfico ilegal. Em particular, foram promovidas opções e alternativas para evitar o uso ou superexploração da biodiversidade, especificamente a superexploração que ocorre localmente. Professores e alunos utilizaram os manuais para construir as mensagens e narrativas a serem apresentadas posteriormente na campanha.
Descreva sua intervenção comportamental.
O projeto partilhou com os participantes uma estratégia narrativa positiva e construtiva de apropriação da biodiversidade e fauna do território como elemento crítico para a conservação dos ecossistemas e dos serviços que estes prestam. Recorrendo a mapas, diagramas, imagens e com atividades vivenciais e ao ar livre, as metodologias promovem o reconhecimento da vida selvagem, bem como a interligação e interdependência dos sistemas existentes nos territórios. Além disso, a ciência cidadã se apresentou como mais uma ferramenta de apropriação e reconhecimento da fauna.
A solução do projeto promove o tráfico como um problema que as comunidades podem evitar ao reconhecer a necessidade de transformar alguns padrões culturais e tradições. Também incentiva as transições apresentando alternativas, comunicando dados cruciais sobre o problema e as soluções e gerando campanhas locais com as quais professores e alunos podem alcançar as comunidades locais para capacitá-los a reconhecer e abordar o problema. Também ensina como comunicar nossas ideias a partir de uma narrativa proativa que vincula os outros à ação, em vez de criticar comportamentos enraizados na tradição cultural dos territórios.
Alavancas Comportamentais Utilizadas
Conforme necessário, explique como você utilizou a(s) alavanca(s) com mais detalhes.
Quanto aos Apelos Emocionais, o projeto utilizou ferramentas de Educação Baseada na Natureza para gerar experiências onde os participantes unem conhecimento, emoção e ação para compreender e abordar uma questão ambiental. Os produtos e atividades do projeto, como manuais e oficinas, foram elaborados com base nesse princípio para que os professores possam replicá-lo e estimular a transformação em suas comunidades.
Em relação aos incentivos de Informação e Material, o projeto gerou material educativo e informativo que os professores podem acessar para promover a apropriação e solução do problema (ou seja, mapas, diagramas e esquemas).
Quanto à Influência Social, ao trabalhar em áreas de influência do tráfico ilegal, o projeto forneceu a professores e alunos ferramentas de impacto social e comunitário. Essas ferramentas visam aumentar a conscientização entre as comunidades locais por meio da educação e da urgência de erradicar as práticas de tráfico arraigadas.
Descreva sua implementação
Inspirado nos manuais desenvolvidos pela WWF internacional sobre vida selvagem, o projeto desenvolveu 2 manuais com 5 seções com 15 atividades por manual. Esses manuais visam promover o reconhecimento da biodiversidade e seus serviços ecossistêmicos, entender as causas e consequências do tráfico ilegal de animais silvestres, as relações socioculturais com o tráfico ilícito, a perda da biodiversidade e a ciência cidadã como ferramenta para enfrentar o problema. Os manuais foram adaptados ao contexto colombiano e à região da América Latina e foram elaborados com base na experiência de 25 anos da OpEPA em educação ambiental. O projeto distribuiu os manuais de uso livre com cerca de 800 professores que participaram das atividades. Além disso, os professores podem adaptar os manuais aos seus contextos cotidianos, e os de seus alunos fortalecem suas capacidades de aplicar esses materiais a cada caso particular.
Além disso, o projeto realizou 8 oficinas nas quais os participantes construíram coletivamente mensagens com base nos manuais de apropriação da biodiversidade e da fauna silvestre, evitando o uso e a superexploração de animais silvestres. Os participantes colocaram em prática as habilidades adquiridas nas oficinas elaborando conteúdos para serem compartilhados na campanha educativa como ferramenta de apropriação da biodiversidade. Os participantes endossaram notavelmente a solução em todas as regiões participantes, a partir das quais professores e alunos compartilharam suas novas narrativas sobre a reivindicação da biodiversidade.
Além disso, foi fundamental articular as secretarias de educação das regiões para motivar a participação e divulgação do material, oficinas e campanha. Da mesma forma, a implementação de oficinas online possibilitou maior acesso ao projeto pelos participantes da zona rural. Além disso, a disponibilização online de manuais e materiais de projetos permite maior acesso a professores em regiões remotas.
Quanto às limitações, o projeto se deparou com a necessidade de maior disponibilidade de tempo de alguns professores, uma vez que o calendário escolar limitava seu tempo.
Descreva a liderança para sua solução. Quem está liderando a implementação?
A OpEPA é uma organização que lidera processos de educação ambiental há 25 anos. Por meio de sua metodologia de Educação Baseada na Natureza, a organização promove o empoderamento de atores locais para se conectarem com a natureza. Nesse caso, o projeto capacita professores, diretores, alunos e outras partes interessadas da escola a assumir a apropriação social da vida selvagem como foco do trabalho em suas comunidades e prevenir o tráfico.
O projeto fortalece a liderança local para evitar a perda da biodiversidade e como um canal para trabalhar nas comunidades sobre mudanças culturais associadas à superexploração e uso inadequado da fauna.
O projeto também atuou junto às secretarias municipais de educação oferecendo alternativas em suas regiões, permitindo que abordassem a educação ambiental de forma diferenciada. Além disso, trabalhar em ambientes de aprendizagem fora de suas salas de aula e apropriar-se da biodiversidade oferecida por cada território.
Compartilhe alguns dos principais parceiros ou partes interessadas envolvidos no desenvolvimento e implementação de sua solução.
Os objetivos do projeto estão articulados com as novas políticas e alianças estabelecidas na segunda Conferência de Alto Nível das Américas sobre Comércio de Vida Selvagem, realizada em abril de 2022 em Cartagena, Colômbia. No âmbito deste evento, a Embaixada Britânica definiu linhas de ação para apoiar a prevenção do tráfico ilegal na Colômbia e, com diversos aliados, estabeleceu estratégias, sendo uma delas este projeto.
O projeto também se articula com a iniciativa Biodiverciudades do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que busca que as cidades reconheçam, priorizem e integrem a biodiversidade e seus benefícios para o desenvolvimento urbano regional sustentável. Também contribui para a implementação da Estratégia Nacional do Ministério para a prevenção e controle do tráfico.
Além disso, o projeto envolve setores não-governamentais, sociais e governamentais, empresas privadas e cooperação internacional para estabelecer diretrizes educativas para prevenir o tráfico ilegal. Estão neste momento a ser planeados processos com o setor da educação e empresas privadas para sensibilizar para o problema e delinear projetos de educação para o setor dos transportes, um dos mais sensíveis na cadeia de valor do tráfico ilícito.
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Quem adotou o(s) comportamento(s) desejado(s) e em que grau? Inclua uma explicação de como você mediu uma mudança de comportamento.
O projeto realizou pesquisas para avaliar seu impacto no conhecimento dos participantes sobre tráfico ilegal, perda e apropriação da biodiversidade, ciência cidadã e uma nova narrativa de conservação da vida selvagem. Analisando as respostas da pesquisa, os participantes ampliaram seus conhecimentos principalmente em ciência cidadã como ferramenta de reconhecimento da biodiversidade local. A pertinência das oficinas e metodologias também foi avaliada, obtendo altos índices de satisfação dos mais de 400 professores que participaram das oficinas. Além disso, os participantes podem compartilhar conteúdo digital em uma plataforma educacional sobre como estão implementando as habilidades adquiridas. Outros professores e a equipe da OpEPA fornecem feedback sobre as atividades realizadas. Por fim, por meio da campanha, os participantes compartilharam suas experiências pessoais e escolares para transformar a narrativa de tráfico ilegal em narrativa de apropriação da biodiversidade. Alunos, professores e demais interessados de instituições de ensino apresentaram mais de 200 propostas.
Como você impactou o meio ambiente (conservação da biodiversidade, ecossistemas, etc.)? Por favor, seja específico e inclua a metodologia de medição quando relevante.
O projeto visa conscientizar sobre o tráfico ilegal por meio da transformação de narrativas sobre a apropriação da biodiversidade. Durante as oficinas, os participantes destacaram a importância de conservar os ecossistemas, gerar grupos de ciência cidadã em seus territórios, reconhecer aves silvestres, criar grupos de conservação de áreas úmidas e desenvolver trabalhos culturais para prevenir o tráfico ilegal. Dessa forma, o projeto ofereceu ferramentas para fortalecer as iniciativas conservacionistas dos participantes. Além disso, o projeto possibilitou visualizar atores dos territórios que atuam na conservação por meio da educação formal e disponibilizar mais recursos para dar continuidade a esse trabalho.
Como sua solução impactou os desafios de equidade (incluindo raça, etnia, classe social/renda, comunidades indígenas ou outros)?
O projeto teve como público-alvo principalmente as escolas públicas rurais das regiões prioritárias que necessitam de fácil acesso a esse tipo de informação. Da mesma forma, participaram do projeto as populações do município de Quibdó no departamento de Choco e Leticia no estado do Amazonas, que têm afrodescendentes e indígenas entre seus professores, alunos e outros atores escolares. No terceiro capítulo de um dos manuais, uma das situações citadas para exemplificar o problema do tráfico ilegal de animais silvestres é a caça e pesca de subsistência de comunidades camponesas, indígenas e afrodescendentes, que transcendeu o tráfico de animais. Diante disso, o projeto compartilhou com as comunidades alternativas para evitar essas práticas ilegais.
Quais foram alguns co-benefícios sociais e/ou comunitários?
O empoderamento dos participantes de comunidades remotas em áreas rurais por meio de capacitação, sua implementação durante a campanha e sua articulação com as secretarias de educação gerou benefícios comunitários e sociais importantes. Por exemplo, como resultado da colaboração entre participantes e secretarias no âmbito do projeto, estas apoiarão a elaboração de projetos locais para prevenir o tráfico de animais silvestres e promover a apropriação da biodiversidade em seus territórios.
Quais foram alguns co-benefícios do desenvolvimento sustentável?
O projeto fortaleceu e deu visibilidade às iniciativas de desenvolvimento sustentável presentes nos territórios. Em particular, a campanha desenvolvida pelo projeto divulgou iniciativas elaboradas por participantes locais sobre ecoturismo com observação de aves, apropriação de áreas úmidas e ciência cidadã e textos educativos sobre a fauna local.
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Sustentabilidade: Descreva a sustentabilidade econômica de sua solução.
A sustentabilidade do projeto depende de recursos externos provenientes da cooperação internacional. A OpEPA e representantes do programa de educação ambiental Humming for Change da Embaixada Britânica estão gerando estratégias para implementar esses programas em maior escala e obter apoio governamental mais destacado. Além disso, a OpEPA está constantemente à procura de convites à apresentação de propostas que possam financiar atividades futuras. A organização também busca regularmente oportunidades para apresentar os resultados e experiências do projeto, com o objetivo de disseminar os manuais e oficinas para outras regiões rurais do país que enfrentam o tráfico ilegal de animais silvestres.
Retorno do investimento: quanto custou para implementar essas atividades? Como seus resultados acima se comparam a esse investimento?
Foram investidos £ 17.000 GBP para a concepção e criação dos manuais, realização de 8 workshops, 3 presenciais e 5 virtuais, acompanhamento do projeto, desenvolvimento da plataforma educativa e implementação da campanha. Com esse orçamento, 400 professores e 120 crianças de mais de 30 escolas foram diretamente impactados. 400 professores adicionais e 30 alunos adicionais receberam informações importantes ao longo do projeto. Além disso, os manuais são de livre acesso e podem ser compartilhados com outros professores e escolas, e a rede de escolas estabelecida pelo projeto pode ser expandida em uma segunda fase para incluir mudanças comportamentais relacionadas à perda de biodiversidade (desmatamento, poluição, mudanças climáticas) , e mudanças no uso da terra.
Como poderíamos replicar com sucesso esta solução na América Latina?
Os produtos desenvolvidos, como os manuais, a plataforma educacional e o conteúdo das oficinas, podem ser adaptados a qualquer contexto local. A OpEPA já fez adaptações em seus produtos e metodologias para divulgá-los em cenários regionais no nível latino-americano. Diante disso, para replicar essa solução em qualquer outro país da região, é fundamental contatar atores locais de cada território, como as secretarias de educação, para articular ações e fortalecer a rede de escolas. Da mesma forma, é fundamental vincular as entidades ambientais públicas locais ou regionais que combatem o tráfico ilegal de animais silvestres e engajá-las nos processos de Educação para a Natureza promovidos pelo projeto.